Startup guaçuana tem projeto premiado em concurso internacional

JORNAL O IMPACTO

A Conatus Ambiental, startup criada em 2019 e que opera a partir de Mogi Guaçu, recebeu recentemente um importante reconhecimento ao ter um projeto seu incluído com vencedor na categoria Água do Prêmio BID-FEMSA 2024, uma das mais prestigiadas premiações internacionais de inovação em água, saneamento e resíduos sólidos.

O projeto selecionado, batizado de Água 4.0, apresenta solução para melhorar a eficiência na aplicação de produtos químicos utilizados em estações de tratamento de água, automatizando a dosagem, atividade que é feita manualmente.

A empresa guaçuana competiu com mais de 200 projetos da América Latina e Caribe. Além da Conatus Ambiental, foram premiadas duas outras empresas, a SANapp, empresa catarinense (categoria Saneamento) e a mexicana Blau appweb (categoria Resíduos). As empresas selecionadas receberam premiação em dinheiro em torno de R$ 90 mil.

Segundo José Renato Lanzi Martini, 38, um dos sócios da Conatus, o equipamento vem sendo desenvolvido com aporte de cerca de R$ 1 milhão canalizados por empresas de fomento como Fapesp, CNPq e Finep. O projeto vem sendo desenvolvido há três anos. Segundo ele, o sistema de automação de dosagem ainda está em fase de prova de conceito, fase anterior ao processo de fabricação em larga escala.

Basicamente, sua finalidade será a de substituir o trabalho manual na dosagem de elementos químicos utilizados, por exemplo, no tratamento da água. “Atualmente, a dosagem é estipulada de forma manual pelos operadores através de testes conhecidos como Jar Testes. Levam entre 30 e 45 minutos e precisam ser feitos com bastante frequência. Além disso, após determinar a dosagem ideal, os operadores precisam ir até a bomba para fazer ajustes necessários. Nosso equipamento elimina a necessidade destes testes e garante que a água está sendo tratada com a dosagem correta o tempo todo, sem intervenção do operador, que por sua vez poderá despender seu tempo em outras atividades na estação. Isto faz com que haja economia de produto químico – em torno de 20 a 25%, reduzindo custos e o impacto ambiental. Com menos produto químico sendo utilizado, reduz-se também a quantidade de lodo gerado”, detalhou.

Visibilidade
José Renato considera ainda que a obtenção do prêmio aumenta a visibilidade de sua empresa – algo crucial para uma startup, designação dada àquelas empresas que nascem de uma ideia inovadora – ampliando as chances de novos investimentos. “Além da visibilidade e atração de clientes, geramos o interesse de investidores. Em um futuro próximo vamos buscar investidores externos para fortalecer nossa empresa e continuar nosso crescimento”, ponderou.

Além do produto premiado desenvolvido para a área do saneamento básico, o empresário garante que a Conatus já desenvolve soluções também para o agronegócio. “Na área do agro temos projetos de químicos inovadores para a área agrícola que envolvem fertilizantes tecnológicos, defensivos sustentáveis e naturais e bioestimulantes desenvolvidos com engenharia genética”, citou.