Mogimiriano é listado entre os cientistas mais influentes do mundo

FERNANDO GASPARINI
JORNAL O IMPACTO

Segundo material divulgado pela assessoria de comunicação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), um mogimiriano passou a frequentar a lista dos melhores cientistas do mundo, aparecendo em uma relação de 70 pesquisadores com passagem pela famosa universidade. Trata-se do professor Sérgio Marangoni, doutor em Biologia, de 72 anos.

De acordo com informação publicada pela Unicamp, no final de julho, a deferência atribuída ao doutor Sérgio e a outros 69 colegas foi divulgada recentemente pelo portal acadêmico Research.com. “A posição de cada pesquisador é baseada no chamado D-index (Discipline H-index), que considera exclusivamente número de artigos e quantidade de citações para cada disciplina examinada. Para fazer a seleção, foram combinados dados bibliométricos de várias fontes, incluindo OpenAlex e CrossRef. As informações foram coletadas em dezembro de 2022”, destaca a publicação.

Marangoni disse em conversa com a reportagem de O IMPACTO que está radicado em Campinas desde 1976. É casado com a também mogimiriana Eliana do Carmo Gonçalves Marangoni. Afirmou que costuma “visitar a terrinha” com regularidade para colocar as conversas em dia com familiares e amigos.

Questionado a respeito da deferência recebida, Marangoni fez jus à sua fama de uma pessoa bastante discreta, dividindo os louros com os profissionais com quem trabalhou ao longo destes anos todos. É dono de um currículo robusto, com passagem por prestigiadas universidades e centros de pesquisa, e cuja carreira acadêmica teve início no ano de 1972, quando se formou em Ciências Biológicas na Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu. Atuou também fora do país, como professor convidado das universidades de Buenos Aires e Nova Iorque.

Especializou-se em microbiologia, tornando pesquisador dos mais atuantes e prolíficos, recebendo em 2010 o reconhecimento pelo fato de ter sido o pesquisador brasileiro com maior número de artigos publicados na prestigiosa revista Toxicon, veículo oficial da Sociedade Internacional de Toxinologia – ciência que estuda as toxinas de microrganismos, plantas e animais, visando isolar e caracterizar estruturas de proteínas de interesse farmacológico e fisiológico a partir desses modelos biológicos.

Outra especialidade é o estudo de química de proteínas, ciência que, segundo ele, estuda a composição dos aminoácidos das proteínas (de microrganismos, plantas e animais).

JARARACA
A dedicação a esse tipo de pesquisa o levou a descobrir, por exemplo, o octapeptídeo, uma proteína de baixo peso molecular, existente no veneno da Jararaca, e que permitiu a produção do Captopril, medicamento hipotensor listado entre os mais utilizados em todo mundo.

Outro estudo conduzido por Sergio Marangoni, em parceria com o colega José Antônio da Silva, resultou na descoberta de um “inseticida natural” utilizado para combater o caruncho, uma praga aterradora para diversas culturas, entre as quais, o feijão. A descoberta guarda relação com uma enorme árvore muito comum no centro-oeste paulista, a copaíba, em cuja semente os pesquisadores encontraram “uma proteína fatal” que atua no processo digestivo do inseto, levando-o à morte.

Estes e outros trabalhos conduziram Sérgio Marangoni à condição de um dos mais respeitados cientistas do mundo. Seu currículo na plataforma Lattes se estende, na forma impressa, por quase 400 páginas. A plataforma Lattes é o único sistema brasileiro na internet para o armazenamento e divulgação de currículos científicos com acreditação internacional. Além daquilo que lá está, Marangoni ainda acumula um número incalculável de horas-aula na Unicamp, de palestras e de orientação pessoal aos seus alunos.

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