Merenda escolar sofre com falta de mão de obra, segundo CPI

FLÁVIO MAGALHÃES
JORNAL O IMPACTO

A estrutura da rede municipal de ensino para o fornecimento de merenda escolar sofre com a insuficiência de mão de obra e, em algumas unidades de ensino, até com problemas de estrutura e falta de utensílios de cozinha. Esses pontos foram levantados em trabalho realizado pela CPI da Merenda, que atualmente tramita na Câmara Municipal.

O relatório da comissão, que tem como presidente o vereador Tiago Costa (MDB) e como relatora a vereadora Joelma Franco da Cunha (PTB), traz a informação de que o Município dispõe, atualmente, de apenas duas nutricionistas para a rede. Essas profissionais, segundo o documento, estão responsáveis por 45 cozinhas, que podem chegar a produzir 25 mil refeições por dia.

Outro dado trazido pela CPI é de que, considerando as condições e demandas da rede municipal, a Prefeitura deveria contar com 12 nutricionistas em seus quadros, de acordo com um entendimento que teria sido emitido pelo Conselho Regional de Nutrição.

O depoimento de uma das nutricionistas à CPI relata que, entre 2013 e 2014, Mogi Mirim chegou a ter dez nutricionistas para a rede municipal de ensino, sendo sete delas terceirizadas. Contudo, após o processo de municipalização, permaneceram apenas as três que eram contratadas pela Administração Municipal. Das três, restam duas atualmente trabalhando para o Município.

Outro depoimento, desta vez de uma merendeira, corrobora a falta de mão de obra diante da quantidade de alunos atendidos pela rede. Às merendeiras, segundo o relatório, além da preparação das refeições, também cabe a responsabilidade pela conferência e recebimento dos alimentos destinados à merenda.

“Por faltar mão de obra suficiente para desempenhar as funções relacionadas à merenda, há falhas graves na cadeia, de ponta a ponta”, cita um trecho do relatório. “Se o Poder Público, gestores principais, não se movimentarem e continuarem omissos, haverá problemas gravíssimos, que só se alastraram ainda mais”, aponta outro trecho.

ESTRUTURA
Um dos pontos levantados pela CPI da Merenda é a falta de equipamentos e utensílios suficientes e adequados para a preparação da merenda escolar. Nesse sentido, segundo o relatório, foi constatado que uma merendeira levava utensílios da própria casa para a unidade onde trabalha, na zona Leste, para conseguir preparar as refeições.

O relatório também cita “cozinhas totalmente inadequadas” e quase todas as unidades sem o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (ABCB).

Questionada, através da Assessoria de Comunicação, a Prefeitura não se posicionou sobre esse assunto, até o fechamento desta reportagem de O IMPACTO.

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