Camas fediam mofo, reclamam atletas que participaram de seletiva do MMEC

DIEGO ORTIZ
JORNAL O IMPACTO

Jogadores revelaram que um dos pontos responsáveis por gerar revolta foi terem se deparado como uma estrutura amplamente inferior à esperada no Mogi Mirim, além de promessas não terem sido cumpridas, como a possibilidade de utilização da academia do clube. “Eles falaram que ia ter academia, academia eu nunca nem vi. Durante a avaliação, vocês vão pra academia, fazer exercício. Cheguei aí, não cheguei a ver academia”, declarou o lateral João Victor Gouvêa, o Carreirinha. “Falaram que ia ter academia, um monte de coisa, falaram que ia ter sala de fisioterapia, nem academia apresentaram pra gente”, protesta o volante Vitor Henrique Santos.

A condição dos alojamentos foi outro alvo. “As camas fediam, um cheiro de mofo, meio mofento. Não tinha ventilador, nada”, reclama Carreirinha. “Alojamento tava precário, os quartos não eram bons, não tinha ventilador, não tinha nada, os banheiros nem se fala, tava péssimo. Tinha umas camas lá que não deixaram nem colocar a gente que as camas estavam caindo já”, aponta Henrique.

Carreirinha reclamou que teve gastos com alimentação, pois, das cinco refeições diárias prometidas, só havia 3. O volante Vitor Henrique Santos, de 18 anos, de Goiânia-GO, conta que para ele, a promessa foi de 4 refeições diárias.

Por outro lado, a qualidade da alimentação foi um ponto que causou menos descontentamento. “Alimentação só não tinha tempero, mas era feito na hora, de alimentação ainda que era meio saudável ainda, porque era feito na hora”, pontuou Carreirinha. “A única coisa que era boa era a comida, não era tão ruim, mas a gente podia comer pouco, no café da manhã era só um pão, não tinha mais nada”, coloca Henrique.

PIOR
O lateral disse ter sido sua pior experiência em avaliações em termos estruturais. “Pior condição que eu já tive, como sou aqui da região do Norte, jogamos muito em Porto Velho-RO, os CTs dos times pequenos aqui são muito melhores, alojamento bem organizado, quarto tudo climatizado, banheiro limpo, comida bem-feita”, comparou.

Para o volante, também foi o pior cenário. “Já fiz em Pires do Rio-GO, Caxias do Sul-RS, Olímpia-SP, Curitiba-PR. Esse (do Mogi) foi o pior, nunca tinha visto igual”, expressou, revelando surpresa, pois esperava algo de qualidade. “Eu pensava que a estrutura lá ia ser excelente, porque pelo tamanho do Mogi Mirim e pelo que falavam ser, lá era muito bom, mas não foi nada do que a gente esperou”, lamentou.

Questionado por O IMPACTO em 3 de maio sobre a questão da academia, o empresário Charles Borato, CEO da Mind Soccer, empresa que realizou captação de jogadores para o Mogi até o rompimento com o clube, observou que os atletas em avaliação não costumam usar o setor. “Ele está lá pra ser avaliado questão de futebol, técnica, tático, dentro de campo, não tá lá para fazer academia, o que vai ser avaliado em academia?”, questiona, apontando que a academia é utilizada na divulgação das seletivas para demonstrar a estrutura. “A partir do momento que o atleta fica com o clube, vai treinar junto com o elenco e o elenco faz academia, isso daí tem”, justificou.

Sobre promessas de 4 ou 5 refeições diárias, Charles afirmou sempre ter sido deixado claro que o número é 3. “O que a gente passa pros captadores é para passar três refeições, se foi passado 4 tem que ver quem, de que forma passou”, disse.

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