Tucurense acredita em virada, enquanto Vila Dias procura conter euforia
FERNANDO GASPARINI
JORNAL O IMPACTO
Após vencer, no domingo passado (20), de virada, a Tucurense pelo placar de 3 a 1, a equipe da Vila Dias ficou em uma posição confortável para se sagrar campeã da Série Ouro da Copa Carlos Corrêa de Futebol Amador, neste domingo (27). O jogo de volta está marcado para ter início às 15h30, no Estádio Ismael Polettini, na Santa Cruz. A equipe da Zona Leste pode perder por até um gol de diferença que ficará com o título.
O técnico Everton Bombarda, da Tucurense, acha que sua equipe reúne condições necessárias para reverter o resultado da primeira partida, na grande final deste domingo. “Difícil, mas não impossível”, considerou.
Mas admitiu que terá problemas para escalar sua equipe na decisão. Durante a semana, cuidou de administrar pelo menos quatro casos de jogadores que apresentaram algum tipo de problema físico após o jogo do último domingo: Amaral, Neneca, Lincon e Jordan. A participação destes jogadores é incerta. Bombarda admitiu também que ele e sua comissão técnica têm trabalhado de forma a fortalecer o aspecto psicológico e motivacional de seus jogadores.
Ele confirmou uma mudança, com o retorno do lateral direito Tandy, que vai ocupar a vaga de Vitor Hugo. Bombarda avalia ainda que sua equipe terá que se expor aos contra-ataques do adversário diante da necessidade de reverter o placar de domingo passado. “Teremos que propor o jogo. Não tem outra opção”, reconhece.
MISTÉRIO
Já o técnico André Moura, da Vila Dias, se mantém fiel à estratégia de não municiar o adversário com informações a respeito da equipe que pretende mandar a campo. Garantiu não possuir nenhuma baixa para a partida final. Em conversa com O IMPACTO, disse que talvez faça uma mudança pontual em relação à equipe que começou jogando no domingo passado, sem fornecer, no entanto, qualquer pista a respeito desta modificação.
No primeiro jogo, Moura surpreendeu, deixando como opção no banco de reservas ninguém menos do que o centroavante Americano, artilheiro de sua equipe e que carrega a fama de ser – não por acaso – “o Rei da Várzea”. O atacante entrou no decorrer do segundo tempo e ajudou sua equipe a construir o placar de 3 a 1.
André Moura pede respeito à equipe adversária, salientando que na sua opinião “ninguém ganhou nada ainda”. “Trata-se de um adversário que possui um ótimo entrosamento e jogadores de excelente nível técnico. Um time muito forte. Temos que manter a mesma pegada”, avisou.
Caso faça prevalecer a vantagem obtida na primeira partida e fique com o título, dirigentes e torcedores da Vila Dias prometem uma grande festa. A última vez que a equipe venceu o Campeonato Amador da Primeira Divisão, foi em 2014, portanto, há dez anos.
Vila Dias quebrou série invicta de 49 jogos da Tucurense
A vitória de domingo passado foi carregada de dramaticidade devido às circunstâncias da partida e também com ingredientes históricos. Segundo sua diretoria, a Tucurense não perdia há 49 jogos. Cerca de cinco anos de invencibilidade foram derrubados pela Vila Dias.
Agora não resta outra alternativa para a Veterana da Zona Norte a não ser reverter o placar, ganhando por dois gols de diferença, para que a decisão ocorra na cobrança de penalidades. Se vencer por três ou mais gols de diferença, leva o título.
A partida de domingo passado, no Tucurão, teve dois momentos distintos dentro do jogo. No primeiro tempo, a equipe da casa se impôs desde o início e, logo aos dois minutos, quase abre o marcador depois que o meia Iago “beliscou” o travessão da equipe adversária em cobrança de falta pelo lado esquerdo do ataque da Tucurense.
A Vila Dias encontrava muita dificuldade para tocar a bola e penetrar na defesa da Tucurense, sempre bem postada. O primeiro gol surgiu em uma jogada de velocidade pelo lado direito do ataque da Tucurense, quando Kadu encontrou o artilheiro Douglas livre, enfiado entre os zagueiros. Ele teve tranquilidade para avançar e tocar a bola fora do alcance do goleiro Mateus.
A partir daí, a Vila Dias procurou se soltar mais dentro do jogo, mas não conseguia executar as triangulações devido à feroz marcação dos homens de defesa da equipe adversária. A Tucurense, por sua vez, levava perigo nos contra-ataques e controlava o jogo. Até que, aos 42 minutos, em uma excelente trama que teve início na meia direita de ataque da Vila, a bola se ofereceu para Matheus Simão girar na entrada na grande área e bater firme de perna canhota para empatar o jogo. Um castigo para a equipe mandante.
Na volta da segunda etapa, a Tucurense veio modificada, com a entrada de Maia no lugar de Kadu. A alteração não trouxe o efeito desejado, o de impedir que a equipe adversária tocasse bola a partir do meio campo, municiando seus velozes atacantes.
Melhor na partida, a equipe da Zona Leste passou a rondar a área da Tucurense com mais perigo e foi recompensada aos 31 minutos, com um gol contra, marcado pelo zagueiro Artur, depois de uma jogada envolvente da Vila Dias pelo lado esquerdo de ataque. A arbitragem, no entanto, deu o gol para Romário.
A Tucurense acusou o golpe. Pouco depois, ocorreu o lance mais polêmico da partida, quando Matheus escapou pela direita e já dentro da área foi parado com falta pela zaga da Tucurense. O árbitro Luís Rogério Cassiano de França, o popular Mangueira, mau colocado no lance, marcou falta fora da área, ocasionando protestos veementes dos jogadores e da comissão técnica da Vila.
Na cobrança da falta, Renan “chuveirou” na área e encontrou Romarinho livre de marcação. O meia-atacante precisou se agachar para cabecear fora do alcance do goleiro Du e sair para o abraço. Com o resultado, o técnico Everton Bombarda tornou a equipe mais ofensiva na tentativa de ao menos diminuir o tamanho do prejuízo. Mas era tarde. Festa da torcida da Vila Dias em pleno Tucurão.
A derrota colocou fim a uma impressionante sequência invicta da Tucurense, que não perdia há 49 jogos, ou quase cinco anos sem saber o que é o gosto de uma derrota. Segundo o treinador Everton Bombarda, a última derrota havia ocorrido em setembro de 2019, para o Vila Real.
À frente da equipe nestes anos todos, Bombarda lamentou que a queda da invencibilidade tenha ocorrido em uma partida chave. “Uma hora a derrota iria acontecer, pena que foi em um jogo decisivo”, ponderou.