Festival de Verão
Moradores do bairro do Mirante reclamam de fumaça lançada por indústria

JORNAL O IMPACTO

Moradores da Rua Linha da Penha, no bairro do Mirante, manifestaram para O IMPACTO insatisfação com a emissão de poluentes que atribuem a uma chaminé da indústria de papel e cartão laminado Sulamericana, situada nos fundos da via. Eles relatam que a fumaça liberada causa mau cheiro e libera fuligem nas residências.

“Passei a ter dificuldades respiratórias. O pior é o mau cheiro e a fuligem que entra dentro de casa. Em vedei todas as portas e janelas e nem assim fiquei livre”, afirmou o mecânico José Altair Lino, de 68 anos, morador no local há cerca de 20 anos.

Lino estima que os problemas começaram há cerca de um ano. Disse que já reclamou na Prefeitura e na Câmara Municipal. “Estive no Horto [sede da Secretaria Municipal de Meio Ambiente] e a pessoa que me atendeu sugeriu que eu estava exagerando o caso”, queixou-se.

Na visita feita por O IMPACTO ao local, na manhã de quinta-feira (27), havia um cheiro de borracha queimada que impregnava a casa do mecânico. Lino exibiu no seu aparelho celular imagens gravadas que mostram uma fumaça espessa saindo da chaminé que fica localizada nos fundos de sua residência.

Lino: Vedei todas as portas e janelas e nem assim fiquei livre (Foto: O IMPACTO)

A reportagem conversou também com o comerciante Augusto Alves Pimenta, de 62 anos. “Se fosse o senhor, viria aqui ali pelas quatro da tarde, quando a fumaça começa a sair da chaminé”, sugeriu. Ele confirmou o que havia dito Lino, afirmando que é comum o quarto onde dorme ser tomado pela fumaça no período da noite. Perguntado se foi reclamar para as autoridades, Pimenta afirmou que prefere manter distância dos órgãos decisórios. “Capaz de sobrar algo para mim”, desconfia.

O aposentado Dilberto Rodrigues Pereira, 75, reclamou também do barulho, queixa também apresentada por outros moradores ouvidos. “Ocorre uma tremedeira nas paredes”, apontou. Uma moradora da parte mais alta da rua, que preferiu não se identificar, disse não sofrer com a fumaça, mas confirmou as trepidações: “Não deixa de causar incômodo”. Revelou ainda que vizinhos reclamam da fuligem que suja roupas no varal.

O IMPACTO conversou com o secretário municipal de Meio Ambiente, Dirceu Paulino, que declarou entender ser este um assunto de competência da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Ele disponibilizou a equipe técnica da secretaria para orientar os moradores nos procedimentos de denúncia. “Os funcionários estão aqui para ajudar a denunciar caso tenha indícios de estar acontecendo algo errado”, enfatizou.

A reportagem também encaminhou consulta sobre o caso para o escritório regional da Cetesb em Mogi Guaçu, mas não obteve retorno até o fechamento da reportagem. A empresa Sulamericana também foi contatada, e uma colaboradora informou que uma pessoa havia sido designada para falar sobre o assunto, mas também não houve retorno. O jornal permanece à disposição para publicar eventuais esclarecimentos.

Tagged: