Dois feminicídios em menos de uma semana chocam Mogi Guaçu

Mogi Guaçu registrou dois violentos casos de feminicídios em um intervalo de apenas cinco dias. O caso mais recente ocorreu no final da madrugada de domingo (26), no Jardim Itacolomy 2, onde a vendedora Patrícia de Farias Bueno, de 38 anos, foi morta pelo namorado, o operador Amauri Ribeiro, também de 38. Ele foi preso em flagrante pela Polícia Militar dentro da casa da vítima, localizada na Rua Célia Penteado de Oliveira.

Segundo o jornal Gazeta Guaçuana, um vizinho acionou o 190 após ouvir pedidos de socorro. Ao chegarem ao local, os policiais encontraram Amauri saindo pelo portão. Ele tentou despistar os agentes afirmando que morava sozinho, mas, ao verificarem o imóvel, os policiais localizaram Patrícia inconsciente, caída próxima à escada. O suspeito alegou que a companheira havia caído, mas ela apresentava ferimentos graves. O Samu foi acionado, porém a vítima não resistiu e teve o óbito confirmado no local. O caso foi registrado como feminicídio na Central de Polícia Judiciária, e o acusado permanece preso à disposição da Justiça.

Patrícia de Farias Bueno, de 38 anos

Este foi o quarto feminicídio do ano em Mogi Guaçu e o segundo em menos de uma semana. Na terça-feira (21), a cabeleireira Priscila Adelangela de Moraes, de 40 anos, foi assassinada a facadas e teve o corpo jogado em um lago no bairro rural do Itaqui. O autor confesso, Dorivaldo da Silva Pereira, de 41, está preso preventivamente no Centro de Detenção Provisória de Aguaí.

De acordo com as informações divulgadas pelo jornal Gazeta Guaçuana, Priscila saiu de casa na manhã do dia 21 para levar a filha de quatro anos à creche e, em seguida, encontrou-se com Dorivaldo, que prestava serviços de jardinagem em um condomínio. Mais tarde, ela foi até o local onde o suspeito morava, no Itaqui, e, após uma discussão, foi morta a golpes de faca. O corpo foi colocado no porta-malas do carro da vítima e jogado em um lago a cerca de 700 metros da casa. Parte das roupas e manchas de sangue foram limpas antes da chegada da polícia.

A família de Priscila contesta a versão de que ela mantinha um relacionamento com o agressor, afirmando que a cabeleireira estava solteira havia mais de três anos. Já a polícia confirmou, com base em depoimentos de testemunhas, que os dois se conheciam havia algum tempo. A delegada responsável pelo caso, Gisele Castello, informou que as investigações devem ser concluídas nos próximos dias, quando o relatório será encaminhado ao Ministério Público.

Priscila Adelangela de Moraes, de 40 anos

A morte de Priscila gerou grande comoção na cidade e na região. Familiares pedem que o autor do crime receba a pena máxima prevista no Código Penal para feminicídio, de 20 a 40 anos de reclusão. Desde o início de 2025, Mogi Guaçu contabiliza quatro feminicídios e 12 mortes violentas.

A reportagem não conseguiu localizar as defesas dos acusados.