Coluna │ Mauro Adorno: Futuro incerto e não sabido
Na virada do ano é comum a troca de mensagens, com desejos de paz, saúde, felicidade, e realizações de toda sorte. Os sonhos de melhoria de vida são expostos e trocados em diversos ambientes, como no trabalho e no seio familiar. Não se discutem as conquistas e as decepções do passado, o importante é renovar as esperanças sempre, pois, como diz um velho ditado, ela, a esperança, é a última que morre.
Eu sempre fui otimista, desde criança, em relação ao futuro de nosso país e da humanidade, e incluo em minhas orações diárias, meu pedido a Deus para que a paz impere entre os homens e que a desigualdade seja coisa do passado. Não é crível vivermos em mundo onde crianças morrem de fome diariamente, em despeito dos apelos de organismos não governamentais, como Médicos Sem Fronteiras, Acnur e Cruz Vermelha, dentre outros. Eles fazem um trabalho humanitário e elogiável aos menos favorecidos, mas não conseguem um apoio financeiro significativo das grandes e ricas potências mundiais. Mesmo assim, eu continuo otimista, mas com os pés no chão, observando e criticando as mazelas dos governos, quando se faz necessário. Vejo esse 2025 como um ano sombrio, com fardos pesados para a cansada humanidade carregar.
Em nosso país, na visão de economistas renomados, o futuro é sombrio, com a ameaça de uma inflação significativa e, com toda certeza, o aumento dos juros. O Copom (Comitê de Política Monetária) está projetando uma Taxa Selic de 15% ao final do ano. O dólar também está numa cotação pouco satisfatória. Esses fatores são determinantes para o aumento do custo de vida, e isso afeta violentamente a população mais pobre. Como os preços da maioria dos produtos têm cotação atrelada ao dólar, os preços sobem desenfreadamente nas gôndolas dos supermercados, como é o caso do nosso cafezinho, hoje com valor astronômico em torno de R$ 25 o pacotinho de apenas 500 gramas. Mesmo sendo o maior produtor mundial do produto, o Brasil não tem mecanismos para conter seus preços. Essa instabilidade está relacionada ao fato de o governo não estar conseguindo manter uma paridade em suas contas, pois gasta mais do que arrecada.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não parece preocupado em tratar do assunto com seriedade; ele quer, porque quer, investir em sua política assistencialista, privilegiando a classe pobre, uma categoria mais fácil de ser manipulada. Em minha modesta análise, Lula pretende ser reconhecido, eternamente, como o “Pai dos Pobres”.
Nesta segunda-feira, as preocupações de todo o mundo se voltam aos Estados Unidos, com a posse do prepotente falastrão Donald Trump, para um novo mandato. Ele somente assumirá o cargo por ter sido beneficiado pela legislação americana, segundo a qual, mesmo condenado, o presidente eleito toma posse, como se tivesse ficha limpa. Trump tem 30 investigações que o levariam à prisão, segundo os investigadores que trabalharam em seus processos.
Em suas promessas de campanha, ele disse que irá deportar todos imigrantes ilegais que vivem em seu país. Nesse mesmo sentido, condenou o Canadá por ser responsável por imigração ilegal e ameaçou anexar o país ao estado norte-americano, Trump elegeu a China como país algoz, e diz que vai impor tarifas de 60% aos produtos que seu país importa dos chineses. E deixou claro que poderá tomar medidas semelhantes ao Brasil, embora em percentuais mais baixos. Vamos aguardar!
Maurinho Adorno é jornalista, fundador e ex-diretor de O IMPACTO